A saudade bate à sua porta

Sinto saudades. Saudade de um tempo que teima em não voltar. Saudade de pessoas que mudam. De uma época passada. Do que deixei para trás. Do que abri mão. De momentos que vieram como uma ventania que não vemos, mas sentimos. Saudade é querer voltar no tempo e reviver um instante. Reviver com a alma. Se eu soubesse que não aconteceria de novo, se eu soubesse da incerteza do destino, com toda a certeza aproveitaria mais. Daria mais valor do que dei. Daria mais um abraço. Daria mais uma risada. Tentaria trazer a intensidade por um último momento. Por uma última lágrima. Quando eu lembro, dá saudade. Ela vem sem me avisar. Mas eu sei porque ela vem. Para me mostrar que o que eu vivi foi tão intenso que quero de novo. Mais uma vez. Reviver. Aquilo que só eu sei. Você pode ter vivido aquele instante comigo, mas a minha saudade é diferente da sua. Não sei qual é mais forte. Ninguém sabe. Do meu jeito, só eu sei. O que importa é ver então que valeu a pena. Hoje aprendi o valor da vida. O valor de pequenas coisas e de como mínimas situações podem mudar bastante. Podem traçar um novo caminho. Podem abrir uma nova porta. Ou mostrar um novo alguém. A saudade nos prova que nada é eterno e que precisamos viver. É uma marca de que a vida é curta e não devemos temer. Então faça. Você não vai ter outra chance. Permita que ela tome seus pensamentos e transborde por seus olhos. Mas quando sufocar, lembre-se de que ela só existe para quem vive sem pensar.